sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Sustentabilidade nas Escolas: monitorizar é a palavra de ordem

Sustentabilidade nas Escolas é um projecto-piloto que procura envolver alunos, professores e pessoal não docente na introdução de práticas de sustentabilidade ambiental e económica nos estabelecimentos de ensino da Área Metropolitana do Porto. Além da componente de redução do impacto ambiental e da aproximação curricular queremos também medir o impacto dessas ações nos orçamentos das escolas. Por isso vamos trabalhar com um pequeno número de escolas-piloto, algumas delas Eco-Escolas, e várias entidades com grande conhecimento na matéria, para encontrar as melhores soluções de forma colaborativa.

Quanto poupam as Eco-Escolas?

Na Área Metropolitana do Porto (AMP) o Programa Eco-Escolas promovido pela ABAE tem uma prática sólida. No ano lectivo 2008/2009 foram galardoadas 107 Eco-Escolas na AMP. Em 2009/2010 candidataram-se 157 escolas (entre 1331 a nível nacional - 12%) e 119 obtiveram o galardão.

Mas isso significa que as Eco-Escolas da Área Metropolitana do Porto estão a poupar recursos, como água, energia, gás, entre outros, e consequentemente dinheiro? Pelo menos significa que as crianças e jovens estão a adquirir novas atitudes e comportamentos? Não há uma resposta acabada para essas perguntas.

Uma avaliação externa do Programa Eco-Escolas a nível nacional Gomes, 2009) mostra que são escassos os procedimentos formais e regulares de monitorização (não existe o hábito de recolher informação sobre o consumo de electricidade, água, gás, pilhas, entre outros) e de auto-avaliação. Como tal, pode ficar comprometido o processo de avaliar a eficácia dos projectos desenvolvidos. Também Martinho et al (2003) num estudo sobre a aplicação de projectos de educação ambiental ao longo de 12 anos, citada por Gomes (2009), refere que a escola devia envolver-se mais na criação de procedimentos para a avaliação de projectos e na divulgação dos seus resultados.
Estes procedimentos de monitorização e avaliação parecem ser uma dificuldade comum a muitas Eco-Escolas (ver Qualidade do Programa Eco-Escolas). No entanto, noutros países ja existem alguns resultados dessas avaliações ambientais, sociais e económicas do Programa. Por exemplo, sabe-se que as Eco-Escolas irlandesas que trabalham o tema da energia reduziram o consumo energético per capita em 16 kWh por ano. Um estudo mostra inclusive que uma escola de cerca de 420 alunos e 40 docentes e auxiliares reduziu a factura energética em 44% em apenas 6 meses (poupando €2029.81!). Reporta-se ainda que as Eco-Escolas que trabalham o tema da água conseguiram uma redução per capita anual de cerca de 1.560 litros. Na análise social, concluem que os alunos irlandeses participantes no Programa mostram atitudes em relação ao ambiente muito semelhantes aos não participantes, em ambos os casos elevadas. No entanto, os participantes no Programa Eco-Escolas mostram mais predisposição para participar activamente em projectos, poupar água e energia e fazer compras mais responsáveis. Além disso, os níveis de reciclagem são mais elevados nas casas dos alunos participantes no programa.
Um estudo independente realizado no Canadá pelo Toronto District School Board (TDSB) EcoSchool Program mostrou também uma redução de 12% no consumo de energia eléctrica e 8% no de gás.

Nessa sequência Sustentabilidade nas Escolas é um projecto-piloto que estamos a desenvolver para promover a sustentabilidade dos estabelecimentos de ensino e apoiá-los  na monitorização de resultados.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Investir 100.000 no futuro

O projecto das 100.000 árvores na Área Metropolitana do Porto não é apenas um projecto de reflorestação de áreas ardidas. Não é tão pouco somente uma iniciativa de plantação para celebrar o Ano Internacional das Florestas. Não é uma simples acção de promoção do voluntariado para aproximar as pessoas da terra e fomentar a sua participação. Não é só um projecto de sequestro de carbono da atmosfera.
O projecto das 100.000 novas árvores na Área Metropolitana do Porto é tudo isso e mais: é um esforço planeado e coordenado de várias organizações e cidadãos com o objectivo de criar bosques com espécies autóctones numa área metropolitana que precisa de enriquecer a sua biodiversidade, sequestrar carbono, melhorar a qualidade do ar, proteger os seus solos e contribuir para uma melhor qualidade de vida das pessoas. Por isso resume-se numa palavra – FUTURO. Porque não existe futuro sem árvores.

A iniciativa contempla o lançamento dos Embaixadores da Floresta, um roteiro de formação que inclui módulos teóricos e práticos sobre: história da floresta, espécies florestais, ecologia da floresta, funções da floresta, competências e gestão da floresta portuguesa, sementeira, plantação, poda e manutenção, entre outros. Saiba mais